Abaixo disponibilizamos alguns materiais a respeito da Conquista espanhola da América.
Mapa da Conquista espanhola da América (atenção para a legenda do mapa)
No mapa, temos as regiões marcadas em cores das civilizações pré-colombianas, as primeiras rotas de chegada (Cristovão Colombo) e de conquista (Cortés, Pizarro e Almagro). Também são identificados no mapa os pontos de resistência nativa e vitória daqueles que já habitavam o continente americano antes da chegada dos espanhóis.
E abaixo, temos alguns dos primeiros relatos sobre os nativos da América - que Colombo chamou de "índios", por acreditar estar nas Índias - que descreviam-nos como pessoas de aparência, costumes e valores diferentes daqueles conhecidos na Europa. Esses relatos, ao mesmo tempo em que revelam a surpresa dos europeus, fornecem informações sobre o modo de vida dos antigos habitantes das Antilhas, região de ilhas onde hoje estão países como Cuba, Jamaica, Haiti e outros.
Geralmente, têm pouquíssima barba e belíssimas pernas, e são duros de pele. As mulheres têm as tetas mui redondas, duras e bem feitas. Estas, geralmente, quando dão à luz, levam imediatamente seus filhos para a água, para lavá-los e lavar-se a si mesmas, e não se lhes enxuga o ventre por causa do parto, senão que lhe fica sempre terso, e assim as tetas. Vão totalmente nus, porém é verdade que as mulheres, quando já conheceram varão, cobrem-se na frente com folhas de árvore ou com um pedaço de pano de algodão [...] Comem todos os animais brutos e venenosos, como serpentes de 15 a 20 gramas cada uma; e quando topam com mais grossas, são comidas por elas. Quando querem comer as ditas serpentes, as cozinham no meio de duas madeiras em assado; nós, faltando-nos o que comer, as temos comido, e nos pareceram boníssimas, e têm a carne branquíssima. Comem também cachorro, que não são demasiadamente bons. Assim mesmo, comem cobras, lagartos e aranhas [...] caranguejos venenosos [...] comem como pão aquelas raízes grossas [mandiocas] que são parecidas com os nosso nabos [...] e sua bebida é água [...] suas facas são pedras afiadas. [...] nem sabem o que seja Deus nem diabo. Vivem mesmo como bestas; quando têm fome, comem; fazem o coito sem recato algum quando lhes dá a vontade, e fora dos irmãos e irmãs, todos os demais são comuns. Não são invejosos [...];
(Miguel de Cuneo, Relação, 1495.)
Os cristãos davam-lhes de bofetadas, de punhos e de paus, até pôr as mãos nos senhores dos povoados. E chegou isto a tanta temeridade e desavergonha que ao maior rei [cacique], senhor de toda a ilha, um capitão cristão violou por força a própria mulher dele [...] os cristãos, com seus cavalos e espadas e lanças, começavam a fazer matanças e crueldades estranhas neles. Entravam nos povoados, nem deixavam meninos nem velhas, nem mulheres grávidas nem paridas que não desbarrigassem e faziam em pedaços, como se fossem cordeiros metidos nos seus apriscos. Faziam apostas sobre quem de uma cutelada abria o homem pelo meio, ou cortava a cabeça dele de um só pique, ou lhe descobria as entranhas. Tomavam as criaturas [os bebês] das tetas das mães pelas pernas, batiam suas cabeças nas pedras. Outros jogavam-nas nos rios pelos ombros, rindo e burlando, e ao cair nas águas, eles diziam "mexe, corpo de tal"; em outras criaturas eles enfiavam a espada com as mães juntamente, e todos quanto diante de si encontravam. Faziam umas forças largas, que juntassem quase os pés na terra, e de treze em treze, em honra e reverência a Nosso Redentor e aos doze apóstolos, pondo-lhes lenha e fogo os queimavam vivos. Outros atavam e ligavam todo o corpo com palha seca: pegando-se-lhes fogo, assim os queimavam [...].
(Frei Bartolomeu de Las Casas, op. cit.. 1542.)
Esse material me foi no dia de hoje quase dez anos depois da sua postagem. Eu como graduando em História agradeço. Um abraço do extremo Sul.
ResponderExcluir